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Violência Doméstica: 66,7% dos casos contra mulheres em Alagoas ocorrem dentro de casa, aponta Sesau
Campanha Agosto Lilás reforça a importância de identificar e combater a violência contra a mulher
Por Karolynne Rocha28 AGO - 16H57
A maioria das meninas e mulheres em Alagoas vítimas de violência sofrem as agressões dentro de suas próprias casas. Dados divulgados nesta quarta-feira (28) pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), por meio de um Boletim Epidemiológico, revelam que 66,7% dos casos ocorrem nas residências das vítimas.
Entre os tipos de violência mais comuns, a violência sexual afeta principalmente crianças e adolescentes do sexo feminino, enquanto a violência física é predominante entre mulheres adultas e idosas. O boletim ainda destaca que, entre 2019 e 2023, 76,5% dos casos de violência contra mulheres atingiram pretas e pardas, e que 12,2% das vítimas tinham alguma deficiência. Além disso, 36% dos homicídios de meninas e mulheres foram classificados como feminicídios pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Rita Murta, gerente de Vigilância e Controle dos Agravos Não Transmissíveis da Sesau, enfatiza que a violência contra meninas e mulheres é frequentemente silenciosa e invisível, ocorrendo repetidamente dentro do lar. “Dizemos que é um agravo muito silencioso e, muitas vezes, invisível, justamente por ocorrerem no âmbito do domicílio, de uma forma repetitiva, afetando não só a saúde física, como também a saúde mental das vítimas”, afirma.
Identificar os sinais de risco e as situações de violência é crucial para o enfrentamento desse problema. “Esperamos que, cada vez mais, todos saibam identificar e agir contra as diversas formas de violência, seja buscando ou oferecendo apoio e, principalmente, denunciando os casos de abuso”, acrescenta Rita.
A Sesau oferece suporte às vítimas por meio da Rede de Atenção às Violências (RAV), que garante assistência em saúde para mulheres alagoanas que sofrem violência sexual e doméstica. Esse serviço, disponível em quatro unidades vinculadas à Sesau, inclui acolhimento multiprofissional, profilaxia de ISTs e HIV, anticoncepção de emergência, assessoria jurídica, grupos de apoio e acompanhamento médico e psicossocial por até seis meses após a violência.
A campanha Agosto Lilás, criada em 2006, reforça a importância do enfrentamento da violência contra a mulher, coincidentemente no mês em que a Lei Maria da Penha completou 18 anos, no dia 7 de agosto. Esta campanha destaca a urgência de ações efetivas para identificar e combater a violência de gênero, especialmente dentro do ambiente doméstico.
Se você sofre ou conhece alguém que é vítima de violência doméstica, não se cale! Ligue 181 e denuncie.